Dear Benjamin - Novel - Capítulo 36
Félix primeiro contatou Tony para emitir novas instruções.
— Se encontrarem Cole, quem quer que sejam, devem capturá-lo e trazê-lo para mim antes. Não devem matá-lo. Você entende o que estou dizendo?
Tony respondeu afirmativamente aos gritos urgentes de Félix… A verdade é que ele estava bastante confuso com essa nova ordem. Que havia acontecido? A última vez disse que iria matá-lo assim que o visse e agora diz que eles não precisam matá-lo. Por quê? No entanto, parecia não haver lugar para explicações, nem mesmo para os detalhes mais essenciais.
A mansão ainda estava sitiada, embora o show principal certamente tivesse terminado. Não havia mais o som de tiros ou gritos agudos, nem mesmo o impacto constante de móveis quebrando aqui e ali… Agora era apenas Félix, e o impacto de suas botas ecoando nos corredores. Ele gritou:
— Cole está proibido! Mantenha-o vivo para mim!
E então Félix saltou direto para as escadas.
— Noah, me dê à localização de Benjamin.
Félix ainda estava correndo em linha reta. Em seu ouvido, ele usava algo semelhante ao que Cole usara no começo. Fones de ouvido sem fio que o conectavam diretamente à estação de Noah. De fato, não pararam de transmitir nem uma vez porque o homem ouvira toda a conversa que teve com Isaac o que, provavelmente, do início ao fim…
Ele estava tão bravo e preocupado que simplesmente esqueceu que estava lá.
Noah ficou calado, sem dizer uma única palavra sobre o assunto… Não é comum nele. Ele parece realmente gostar de dar-lhe apelidos estranhos, falando sobre como sua roupa ou cabelo é ridículo e tirando sarro de seu infortúnio sempre que tem uma chance. Deveria estar gritando com ele agora… Então imediatamente começa há ficar um pouco nervoso.
Félix toca a braçadeira dos fones de ouvido.
— Está escutando?
—… Claro que estou ouvindo.
— Então por que você não diz nada?
Félix perguntou por que estava preocupado com o que ele poderia estar pensando… Mas Noah fingiu não saber a que ele estava se referindo.
— Eu ainda estou procurando a localização de Benjamin e Jéssica Parker…
— Ainda? Como assim? Você disse que eles estavam no subsolo!
Como ele parecia muito nervoso, Noah suspirou.
— Eu estava apenas adivinhando. Eu disse ‘eu acho’. Isso não significava que eu tinha a localização exata.
— Eu preciso do helicóptero.
— Já está pronto.
O lugar era completamente terrível para um bebê e uma mulher de meia idade. Estava molhado, frio e certamente eles estavam machucados… Ou pelo menos se sentiam mal o suficiente. Ele precisava de um helicóptero para tirá-los no menor tempo possível e levá-los direto para casa.
Quando chegou ao pé da escada, de repente uma voz apareceu chamando suavemente Félix.
— Ei, animal…
— O que há de errado?
— Tire meu sobrinho em segurança.
— Idiota. Você acha que eu vou deixar algo acontecer com ele… Espere. O que você quer dizer, sobrinho?
— Ele é meu sobrinho! E eu quero vê-lo! Não você, eu odeio ver você, quando você resgatá-lo, envie-o para Tony.
— Cala a boca.
— Eu amo meu sobrinho! Eu não me importava há alguns minutos atrás, mas agora não quero que nada aconteça com ele! Ajude-o! Tire-o daí agora! Tire-o agora, tire-o, tire-o!
— Caralho, fecha essa matraca! — A voz sentimental de Noah misturada ao choro exagerado faz Félix parecer que está prestes a sofrer um derrame. — Se ele se perder… Eu posso conseguir outro sobrinho para você.
—… Maldita cadela louca. Eu sabia que sua personalidade estava podre, mas falar do meu sobrinho como se ele fosse uma lata de Coca Cola é inaceitável. Digo inaceitável! Se ele se machucar, eu vou… Eu vou… Eu… Vou contar ao meu avô! Além do mais… Vou contar a ele agora! Vadia do mal! Estúpido…!
Félix, que não suportava o chilique de Noah, acabou desligando os fones de ouvido.
Ah… Foi o suficiente por um dia, realmente o suficiente.
— Chefe, acho que é por ali.
Uma das escoltas que o seguiam estava à sua frente, verificando cuidadosamente o perímetro com uma submetralhadora nas mãos.
Como dissera, assim que ele e seus homens desceram as escadas e alcançaram um corredor novo e mais estreito, perceberam que havia uma imensa quantidade de sangue espalhado no chão. Também era difícil respirar porque estava cheio de odores sujos, pólvora, vômito, carne. Quem estava ganhando aqui? Seus aliados ou inimigos? Onde estavam o menino e a avó? Félix se aproximou da frente e examinou a situação. As portas de ferro que os separavam dos outros cômodos estavam hermeticamente fechadas. Não havia sons vindos de dentro ou vestígios de outra pessoa. Embora fosse óbvio que eles estavam esperando por ele.
Os homens não tiveram escolha a não ser esperar silenciosamente pelas novas ordens de Félix.
Teria sido difícil para um cara tão gravemente ferido deixar essa mansão por conta própria. Quase todos os seus homens estavam mortos, então na cabeça de Félix havia apenas um cenário possível e real. Eles haviam tomado Benjamin e vovó como reféns, e agora os estavam usando como escudo. De que outra forma eles cederiam à passagem a ele tão facilmente?
— Abra.
Era difícil ignorar um homem que parecia tão intimidador quanto ele… Eles rapidamente instalaram pequenos explosivos em pontos estratégicos na porta porque, quando tentavam fazê-lo à mão armada, as balas apenas ricocheteavam e acabavam se perdendo em outro lugar. Quando tudo estava pronto e eles recuaram em uníssono, Félix decidiu assumir a liderança novamente e ficar em guarda.
BOM!!
A porta estava esfarrapada e se abriu sem nenhum problema. E naquele instante, sem que ninguém soubesse, os feromônios alfa de Félix se espalharam pesadamente no chão que, por si só, cheirava a pólvora. É como um rio pesado que arrasta seu aroma até colorir os arredores com uma espécie de névoa espessa e sufocante.
Mas Félix era, afinal, um puro Alfa dominante e cheio de fúria infinita. Todos os alfas ao lado dele começaram a recuar.
O mesmo estava acontecendo com os Betas.
Mais do que um cheiro, parecia que eles estavam sendo pulverizados com água fervente. Queimava e doía como se estivesse no inferno… Os feromônios haviam sido espalhados pelos quartos à sua frente; assim, enquanto caminhava e apontava, ele assistia homens gritarem, rolarem no chão, vomitarem e até se convulsionarem com o nariz cheio de sangue. Alguns Betas e Alfas dominantes foram apontados em sua direção com armas de fogo… Mas eles tremiam tanto que naturalmente não podiam vencer contra ele.
Alguns tiros, um ou dois insultos e então a situação finalmente terminou.
Um alfa dominante como ele leva toda a vantagem para vencer em batalhas em espaços confinados. Usam seus feromônios como arma e são tantos e tantos — controlados de uma maneira tão perfeita e estável — que certamente nenhum deles percebeu que estavam em perigo até que já fosse inevitável.
Félix sentiu o suor frio escorrer por suas costas e seu coração bater em sua cabeça… Ele procurou em cada um dos quartos, de cima para baixo, e ainda não conseguia encontrar o bebê ou a mulher. Eles não estavam embaixo das camas, não estavam dentro de nenhum móvel. Félix olhou em volta várias vezes e decidiu jogar a cama até ela colidir e desmoronar no chão… A parede de pedra, coberta pelo colchão, parecia um pouco fora de forma. Quando ele se aproximou rapidamente e chutou o mais forte possível, o pesado muro desabou imediatamente.
— O louco tinha tudo pronto.
A testa de Félix enrugou. Noah já o havia advertido de que poderia haver tantos cômodos como se fosse um quartel militar, embora parecesse apenas uma pequena cabana. Isaac deve ter suspeitado disso também, porque ele tinha sido muito persistente na ideia de que deveria procurar imediatamente Benjamin. Ele era o único esperto.
Rapidamente ligou os fones de ouvido porque não sabia exatamente aonde essa passagem levava. É subterrâneo e não tem luz.
Esperou um segundo e depois outro e outro… Sem conexão, então definitivamente há algo que bloqueia todos os seus aparelhos. A única coisa que ele ouviu foram flexões.
Cole, sua puta.
Depois de desligar inevitavelmente os fones de ouvido novamente, Félix começou a ir muito mais devagar do que há um momento atrás. O cano da arma na frente, apontando como se estivesse vendo sua cabeça.
Deu um passo, dois passos, três… Ele se perguntou se era o tipo de pessoa que enlouquecia ao se deparar com uma situação difícil. Ficou se perguntando se os machucariam ao sentir muito estresse. Se Cole fizesse algo com o bebê ou a senhora…
Tinha medo. Um medo real.
Foi justamente nesse momento… Que ouviu algo. Félix parou de andar quase imediatamente e tentou aguçar os ouvidos para perceber melhor. Não vinha de muito longe e definitivamente era a voz do bebê.
Ficando de costas contra a parede, Félix se moveu lentamente novamente. Suas mãos estavam cheias de suor frio e úmido.
— Diga a ele para calar a boca!
— Ele é um garotinho! Está com muito medo, pelo amor de Deus.
— Estou te avisando, mulher! Se não o fizer, farei eu mesmo!
A voz de Jéssica se altera novamente furiosa e então, o impacto de um golpe é ouvido. O choro da criança aumenta. Gritos.
— Não toque no garoto!
A mulher implorou, mas o menino estava apenas chorando e chorando. Dizia: “Isso não! Isso não!” Só depois disso, Félix não aguentou mais e correu com toda a força… Estava cansado e tonto devido à maneira descuidada com que se ocupava de seus feromônios e, mesmo assim, não podia parar, porque sentia uma tremenda raiva saindo de seu coração justo agora.
Abruptamente, os feromônios começaram a explodir.
— Tire suas mãos dele!!
Além dos passos ferozes, a voz violenta de Félix repentinamente preenche todas as partes da passagem quando se aproxima e aponta diretamente entre as sobrancelhas.
Cole estava na frente dele, o rosto coberto de sangue e os olhos muito, muito arregalados. Ele tinha Benjamin pelo braço. Uma coisa minúscula com cabelos amarelos e enormes lágrimas nos olhos. Ao lado dele, Jéssica Parker, que está sangrando de uma ferida gigantesca ao lado de sua boca, está tremendo, prestes a explodir em lágrimas quando ela estende a mão para o garoto.
Cole tinha os dedos em volta do pescoço do bebê.
— Fique longe! Se você não quiser ver o pescoço do seu filho partir ao meio, dê um passo para trás!
— Eu não havia percebido que você era um homem que tinha tanta vontade de morrer. — A voz de Félix, que estava observando Cole de perto, sem vacilar, parecia completamente desconfortável e carregada de nojo. — Eu avisei o que aconteceria se você tocasse no meu filho. Você se lembra?
Jéssica Parker olhou para Félix imediatamente quando o ouviu dizer “meu filho”, e ainda assim Félix estava chateado o suficiente para sequer notar suas ações.
— Então porque não me mata de uma vez? Oh… É verdade, ainda é um assunto referente ao Isaac.
Embora o homem— que estava suando frio — parecia ter o luxo de tirar sarro dele… Os feromônios intensos emanam novamente e o atingem como se fossem um enorme tsunami. Engolindo o corpo de Cole imediatamente.
O homem tremia escandalosamente, como se um choque elétrico tivesse sido aplicado a ele. Caiu de joelhos e, em seguida, a mão que segurava o pescoço do bebê inevitavelmente perdeu energia e desabou também.
Jéssica Parker aproveita esse descuido para se lançar imediatamente e apressadamente pegando a criança nos braços.
— Oh! Vovó, vovó. Pai. Eu quero papai! — Seus olhinhos estavam inchados, vermelhos e completamente cheios de lágrimas. — Eu quero meu papai!
O cabelo do garoto é bem parecido com o seu, é brilhante e quase prateado. Supostamente o próprio Félix era idêntico a ele quando jovem. Não só por causa da cor do cabelo… Notava-se em suas belas bochechas avermelhadas, nas pupilas azuis, naquele nariz reto e delicado. Félix arregalou os olhos quando pensou: “Meu Deus. Ele realmente é meu filho.” Porque mesmo quando Isaac contou, ele não conseguiu descobrir imediatamente depois. Estava muito surpreso, e zangado, e sua cabeça não estava girando muito bem. Agora, sente que Benjamin realmente era um pedacinho seu. Tanto que todos os tipos de emoções, difíceis de descrever em palavras, se misturaram e caíram sobre ele como uma chuva forte…
Félix então, apenas respirou.
Queria chegar até ele e confortá-lo. Pegar suas mãozinhas e dizer algo, qualquer coisa… Infelizmente, o que sentia era difícil de descrever ou demonstrar.
Foi coisa de um instante.
Cole, que estava ajoelhado no chão, o tempo todo, de repente correu para Jéssica, fazendo com que ela, e o bebê fossem rapidamente pegos em seus braços.
— Ah!
Jéssica gritou e levantou as mãos para tentar entregar Benjamin a Félix… Mas, embora ela tentasse se apressar, o mais rápido que podia, Cole a atingiu na cabeça com o cabo de seu revólver, o fez repetidamente até fazê-la sangrar.
Jéssica então caiu no chão de pedra ao mesmo tempo em que alguns tiros desesperados começaram a ser disparados. Um, dois, três… Cole atirava enquanto mostrava o garoto que tinha em suas mãos. Gritou:
— Se você não quer que eu o mate, não se mexa!!
Benjamin chorava novamente, com os braços estendidos na direção de Félix.
Maldito seja.
Não deveria ter subestimado a força de Cole, porque ele era um comandante do exército, afinal. O principal comandante naval!
Foi um erro de novato que estava pronto para corrigir imediatamente.
— Félix, você precisa se lembrar de que eu também sou um Alfa dominante. Não importa o quão forte sejam seus feromônios, eu posso aguentar tanto quanto você.
Embora Cole tenha dito isso de maneira bastante arrogante, parecia que seu corpo iria desabar a qualquer momento. Seu rosto estava rasgado, seu peito subia com dificuldade, um espesso suor frio se misturando com seu sangue… Mesmo se ele fingir ser capaz de lhe dar uma longa batalha, por quanto tempo ele pode continuar fazendo isso antes de vomitar até os ossos?
Félix olhou para o rosto quase azul de Cole.
— Me dê… O meu filho.
— Então abaixe a arma e recue.
— ME ENTREGUE!!
— A culpa é toda sua. Tudo se transformou em um desastre graças a você! É o preço de suas ações!
Cole estava gritando, olhos arregalados e pupila tremendo. Félix então disse que estava bem.
— Pronto… Você viu? Nós não precisamos agir de maneira tão selvagem. — Com as duas mãos levantadas, Félix jogou a submetralhadora no chão até emitir um som muito pesado. — Mas quero dizer, ainda há algo que está deixando passar.
— E o que estou deixando passar, segundo o que você diz?
— Eu não sou um Alfa dominante qualquer, EU SOU O MELHOR ALFA DOMINANTE DA PORRA DO MUNDO… E certamente posso esmagá-lo a qualquer momento e sempre que eu quiser, sem a necessidade de uma arma.
Quando ele respondeu assim, parecia que toda a cor de Cole estava começando a desaparecer muito rápido.
— Não… Você não é capaz de fazer isso. Não vê que seus feromônios não podem me deter?!
— Solte o meu filho!!
Félix gritou tão alto que Cole engoliu o máximo de saliva possível para acalmar sua garganta terrivelmente seca. No final, ele agarrou o garoto e o puxou para frente, na tentativa de se proteger usando-o, mas os feromônios de Félix eram mais rápidos que isso e correram para inundar ferozmente a cabeça do homem.
— Você não irá sair disso, seu pedaço de merda.
— AAAAAH!!!
— Você cometeu o terrível erro de tocar na minha gente, na mãe do meu parceiro e no meu filho… E eu nunca vou te perdoar por isso. Nem mesmo quando você morrer.
O sangue espirrou em seu nariz e boca como um terrível impulso…
Ele realmente não podia suportar quando tantos feromônios pesados o atingiam ao mesmo tempo e em direções diferentes. Seus membros tremiam de tal maneira que não foi surpresa quando ele soltou Benjamin pela segunda vez e revirou os olhos até ficarem completamente em branco. Ao mesmo tempo, Félix correu rapidamente para segurar o garoto antes que ele finalmente batesse no chão.
— Está tudo bem, está tudo bem.
O garoto, envolto em seus braços, olhou para ele por um momento antes de chorar. Envolveu seu pescoço com os bracinhos e enterrou o rostinho em seu colete. Era como se toda a dor acumulada finalmente explodisse em soluços e gritos.
Félix acaricia sua cabecinha de cima para baixo, sente a respiração molhada do menino em sua pele e as lágrimas caindo quando o abraçou, como se quisesse se fundir a ele.
— Não chore, não chore mais.
Não sabendo exatamente o que fazer, por um momento Félix esfrega a ponta do narizinho dele como se fosse um gatinho. Logo em seguida, as pequenas costas de Benjamin estão completamente envolvidas em suas grandes mãos pálidas, Então começa a lhe dar vários beijinhos na cabeça — porque lembra que um dia — Isaac abraçou ao garoto assim.
Ele enterrou o rosto em seus cabelos e, quando fechou os olhos sentiu o cheiro de talco e leite que flui em suas narinas. Foi relaxante, então o abraço ficou mais forte sem que percebesse.
— Está tudo bem… Estou aqui com você.
— Sim… Umn…
— Não acontecerá nada… Você não precisa ter medo, porque eu não vou deixar você se machucar de novo, entendeu?
O choro do garoto começou a desaparecer. Enquanto isso, a Sra. Jéssica Parker estava sendo atendida por uma de suas escoltas para se assegurar de que não teriam mais problemas do que “um rosto inchado e sangrando”.
Embora estivesse morrendo de medo e ansiedade, sua expressão parecia tão serena como se nada estivesse errado, o que inevitavelmente o lembrou muito de seu Isaac.
Félix manteve um sorriso amargo com isso.
— Você… Maldito filho da puta!
Foi ali quando ouviu Cole gritar outra vez. Os feromônios certamente estão o golpeando tanto que agora ele precisa rastejar pelo chão. Como um verme que não para de reclamar e reclamar.
— Seu bastardo idiota…
— O que quer agora? Devo ensiná-lo a não dizer esse tipo de palavras na frente de uma criança?!
Benjamin não gostou quando Félix começou a falar assim. Treme de novo e se encolhe em forma de uma pequena bolinha em seu peito… Graças a isso, o homem teve que respirar lentamente mais uma vez e se afastar um pouco dele para se acalmar. Não queria mostrar essa imagem ao filho, especialmente agora que ele parece estar terrivelmente assustado.
No final, quando Félix começou a balançá-lo lentamente de um lado para o outro para acalmá-lo, os olhos de Cole brilharam com zombaria, e começou a rir.
— Como você vai me matar… Se você age como a mãe amorosa do ano na minha frente? Tão nojento.
— Eu mandei calar a boca. — Félix teve o impulso esmagador de puxar outra arma, agachou e colocou o cano na boca de Cole até que quase tocar sua garganta… Como antes, um rosnado terrível saiu de sua boca. — Continue brincando comigo, putinha… E você verá como eu vou ser amorosa com você.
[N/Ada: Chega arrepiei]
Para impedir que Benjamin se surpreendesse novamente, Félix segurou sua cabecinha de tal maneira que cobrisse suas orelhas e olhos ao estender os dedos.
— Você com certeza estar ansioso. Não é mesmo?
No final da conversa, os feromônios de Félix se espalharam sobre ele novamente até o nariz começar a escorrer como uma chave quebrada e depois PAM. Escuta-se o som assustador de sua mandíbula quebrando com o impacto de um golpe de seu próprio punho.
— Ugh!!
Quando Félix se levanta e acomoda o garoto contra seu peito mais uma vez, ergue o pulso para verificar as horas. Ele franziu a testa, faz muito tempo desde que deixou Isaac sozinho naquela pequena sala… O enlace ainda não estava concluído, então precisava encontrá-lo o mais rápido possível e verificar se estava tudo bem, que sua cor era adequada, que respirava, e que abriu seus olhos.
Estava tão ansioso que, quando viu Tony se aproximar como se estivesse estado esperando ele terminar a luta, apenas estendeu os braços e o passou para ele.
— Noah me disse que o helicóptero já estava aqui. Pegue-os, e leve ele e a Sra. Parker ao hospital o mais rápido possível. Não quero que cuidem de Cole, apenas peça para arrastá-lo e o jogue desse mesmo jeito, em alguma sala. Está claro?
— Entendido.
— Eu te alcançarei quando puder… Apenas tire todos daqui…
Tony virou-se para Félix, esperando que ele pudesse lhe contar algo mais sobre toda essa situação estranha, mas antes que percebesse. Félix já havia começado a correr rapidamente em direção ao corredor.
***
— Oh, meu Deus…
Isaac não conseguiu impedir que os gemidos escapassem de seus lábios. Na verdade, estavam transbordando tanto, tanto que, finalmente, pensou que seria melhor parar de lutar.
— Ah! Ah, droga…!
Depois de quão forte todo o processo de enlace havia sido para ele, começou uma luta constante contra a dor em suas articulações, e músculos. Os feromônios de Cole ainda estavam lá dentro, mas os de Félix já estavam funcionando, cobrindo e apagando de tal maneira, que havia vomitado umas três, ou quatro vezes, enquanto limpava o nariz ensanguentado. Ele segurou o estômago, e depois gritou devido à dor de cabeça mais terrível que já experimentou em sua vida, era uma dor inimaginável, abraçava seu corpo, que estava tendo calafrios escandalosos, e depois mordeu com força os lábios rasgados.
Com o passar do tempo, sentiu que os feromônios de Cole haviam suavizados até quase desaparecer, mas em seu lugar, havia um monte de feromônios ameaçadores ao redor de seu corpo. Era como um invólucro que deveria protegê-lo, mas na verdade, está o fazendo reagir da pior maneira… Há quatro anos, teve seu primeiro e último ciclo de calor. O mesmo calor e a mesma sensação que está sentindo agora, exatamente a mesma coisa!
— Ah… De jeito nenhum.
Por que o meu ciclo de calor teve que acontecer justamente neste local?
Pensou na pergunta, mas as respostas não são fáceis quando tudo está nebuloso e sua cabeça está muito tonta. Ele apertou os dentes enquanto segurava a frente da camisa, sacudindo-a e tentando fazer um vento que pudesse esfriar seu maldito corpo.
— Hmm… Ah, maldito seja!
Isaac não podia suportar o quão zangado estava com seu próprio corpo — de como o fazia se sentir — então socou o sofá repetidamente… Mas nada iria mudar, só conseguiria tirar a poeira do sofá.
Ele respirou fundo, segurou o ar e arrancou a camisa de Félix. Suas mãos desceram até seu ventre, e a outra para o peito, beliscou os seus mamilos que ainda tinham um hematoma azul causado por Cole e depois seguiram o caminho de seus cabelos.
Ele chorou, e abaixou as mãos lentamente até tocar sua virilha… Sua cintura imediatamente se sobressalta. Meu Deus. O que diabos é isso? Seus olhos estavam escuros, mas suas mãos pareciam saber exatamente o que queriam alcançar.
Não havia dúvidas quando agarrou e esfregou seus órgãos genitais de cima para baixo, muito, muito lentamente… Ele se sentiu tão bem que não aguentou o desejo de se virar contra o sofá para esfrega-se como um cachorro. Às vezes, ele esfregava a testa, as bochechas e o peito exposto contra as almofadas, outras vezes simplesmente se deitava e levantava sua bunda no ar para começar a enfiar os dedos.
(N/Yuri: Eitaaa coceira no cu, Isaac!)
Ah, é horrível que o calor não desapareça, mesmo que se esforce com muita vontade.
Ele masturbava seus genitais da melhor maneira possível, com mais desejo do que nunca, mas a sede não desaparece e, em vez disso, apenas começou um ardor que queima sua garganta. Ele começou a chorar…
Dentro de seu traseiro havia uma extensa quantidade de fluidos. Faz muito tempo que ele se sentiu tão molhado que nem se lembrava de como era estranho quando suas coxas também se molhavam. Em geral, é nojento perder a cabeça, e fazer isso quando não se tem notícias sobre o que aconteceu com sua mãe, ou com Benjamin.
Isaac tentou deixar seu corpo quieto e de alguma forma se segurar, mordia seus lábios repetidamente ou apertava as pálpebras até começar a ver pequenas luzes. No entanto, apesar do sangue estourar, foi incapaz de dominar o ciclo de calor que já havia tomado controle completo de seu corpo.
— Oh… Maldição!
Tão injusto… Não era o que queria, mas seu corpo já não estava mais lhe obedecendo. Sua vontade já não era mais sua vontade. Seu suor frio se misturou com as gotas de sangue e caiu na ponta do queixo. A roupa de Félix estava todas sob seu rosto, porque ele adorava cheirá-la enquanto gemia com todo o seu desejo. Ele esfregou a entrada molhada de seu ânus com as pontas dos dedos.
— Ah, ah, Félix…
Ele chorou de novo… Porque não importava o quanto esfregava seu pênis, ou seu púbis, ou quantas vezes começasse a brincar com seus mamilos. Sua fome é verdadeira… Sua sede é dolorosa e não pode ser resolvida, não precisava de seus dedos. O que deseja agora é algo mais difícil.
— Félix! Félix…! Por favor… Ah, por favor, venha por mim…
Esse som não parecia ser conhecido. Não soava como sua voz. Não parecem suas mãos que masturbavam seu cu. Mas o faz mesmo assim, e ele adora.
— Félix… Ah, Félix.
—Estou aqui, meu amor… Eu quase enlouqueci quando ouvi você me chamar.
Foi nesse momento que ele ouviu uma voz bastante baixa, mas não conseguia vê-lo porque seus ombros estavam curvados e seus olhos ainda estavam bem fechados, mas quando virou a cabeça, viu Félix encostado no arco da porta.
Suas botas fazem um som bem alto quando ele se aproxima.
— Uh, quando…?
Enquanto o olhava com os olhos arregalados, Félix abriu um grande sorriso, e veio para frente do sofá.
— Desde que você tirou a roupa…
Seu tom era infinitamente claro, mas o seu olhar fixo no rosto de Isaac era mais do que escuro. Ele estende a mão, acaricia seus lábios sangrentos.
— Oh meu Deus. Por que você estava apenas olhando em vez de ajudar?
Continua…