Dear Benjamin - Novel - Capítulo 43
Isaac abriu lentamente os olhos… Suas pálpebras pareciam bastante pesadas e sua visão estava muito turva. Ele moveu as pernas um pouco e depois descobriu que estavam todas enroladas na cintura de Félix. Também tinha os braços em volta de seu pescoço.
As lembranças do choro são muito claras… Mas, além disso, não faz ideia do que mais aconteceu e não entende completamente o que acontece com essa nova situação. Isaac está deitado em uma banheira grande, de costas e segurando o homem entre suas mãos… Sentiu que de repente tinha um bilhão de dificuldades e dúvidas.
—… Quando você me colocou na água?
— Justo agora.
— Você não pode tratar meu corpo assim todos os dias, entendeu?
Isaac, agora deitado sobre o peito de Félix, murmurou suas queixas sem uma única gota de energia. Suspira, e então vê um sorriso suave aparecer junto com o som de seus lábios tocando suas bochechas.
— Félix… É sério. Você não pode estar me empurrando por toda a casa.
— Eu quero fazer isso corretamente, mas é difícil porque minha agenda é muito lotada. Você vê… Encontrar esses espaços livres é mais uma bênção.
— Outra desculpa esfarrapada.
— Bem, que tal isso: eu fico terrivelmente louco quando te vejo. Você me distrai. Não posso ser um sujeito educado quando o tenho tão perto, e somente para mim.
Um leve sussurro escorre das pontas de seus lábios, que ainda são pressionadas repetidamente contra suas bochechas molhadas. Isaac tentou virar a cabeça, mas era difícil se libertar dos dedos de Félix quando o seguravam com tanta força pelo queixo.
— Como posso agir normalmente quando você ainda está com o rosto vermelho? Eu até sinto que você está derretendo ao meu lado…
Isaac, que ouvia atentamente todas as suas palavras, ficou subitamente envergonhado. Quando suas bochechas ficaram avermelhadas e quentes, Félix sentiu-se como um animal novamente. Uma fera que queria comê-lo. Félix aproveitou o momento para morder levemente sua orelha, chupar e beijar seu pescoço de uma maneira tão perfeita… Que Isaac fechou os olhos e o deixou continuar.
Certamente os Alfas são bastante fiéis ao instinto em comparação com o Beta. Eles são como animais, então o que poderia esperar se Félix é um Alfa Dominante de nível superior? Talvez seja por isso que tenha sido tão persistente quando se tratava de sexo, beijos e esse cuidado um tanto desnecessário.
Infelizmente para ele, só se passou um tempo desde que se envolveu com Félix, então já está mais do que exausto. Claro, eles também estavam enlaçados, quando juntaram seus corpos e olharam… Sentia-se tão bem que se tornou uma cena completamente absurda. Estava muito ocupado balançando a cintura para ele, implorando por mais e dizendo para continuar, mas depois de despertar… Era difícil mover seus membros depois de acordar.
Se tiver que reclamar disto, reclamará o dia inteiro.
— Não importa o quanto pense sobre isso, é difícil continuar fazendo sexo todos os dias assim.
Isaac respirou fundo e abriu os olhos, para que pudesse adotar uma postura firme o suficiente. As mãos desajeitadas de Félix já estavam flutuando sobre seu peito de qualquer maneira.
— O que você quer dizer, amor?
— Eu gosto… Mas é difícil me mexer mais tarde, e isso é algo que realmente odeio. Me sinto cansado e tenho coisas para fazer pela manhã que não me permitem ficar assim. Tenho a loja e Benjamin, por isso quero evitar o aborrecimento de me ver deitado ao solo.
Isaac, que basicamente foi treinado para não dormir por uma semana inteira, tem uma resistência tão forte que se pode dizer que ele nem é humano. Era extremamente raro estar exausto e isso apenas significava que Felix estava levando as coisas ao limite.
— Quando terminarmos… Eu só quero dormir.
Félix olhou para Isaac, que estava descansando a cabeça confortavelmente no ombro com os olhos fechados e os lábios entreabertos… Não era sua intenção fazê-lo se sentir assim também, então ele começou a dizer que estava bem, com a boca pressionada contra a sua cabeça.
— Então…?
— Já decidi… Vamos conversar sobre isso agora. Não posso fazer isso todos os dias.
— Eu vou concordar com o que você quiser.
— Uma vez a cada quatro dias, então.
Diante de uma decisão firme, Félix deu um grito como: “De jeito nenhum!“. Mas Isaac ainda não virou os olhos.
— Pense bem sobre isso, Isaac!
Por um momento, Félix, que parecia estar em pânico profundo, abriu um discurso cheio de gritos e palavrões. Isaac se virou um pouco para que pudesse vê-lo melhor.
— O que aconteceu com o “eu vou concordar com o que você quiser”?
— Não seria melhor fazê-lo quando você pode fazê-lo, mas todos os dias?
—… O que você quer dizer com isso?
— Uma vez por dia. Apenas uma vez… Larga.
— Se você aguentava fazer isso toda a segunda-feira quando não estávamos juntos, definitivamente fazê-lo a cada quatro dias não matará você.
Isaac, que murmurou isso como um suspiro baixo, abriu as mãos para poder acariciar a cabeça molhada de Félix. O abraçou e o encarou até que suas sobrancelhas se uniram e seu queixo caiu ao lado do seu.
Ah, antes que fosse um desastre completo, então não queria que o mesmo cenário se repetisse. Ou seja, ele o fodia, conduzia o dia todo sem fazer uma pausa e, no dia seguinte, mesmo que fosse à loja apenas ao meio dia, parecia que estava morrendo. Realmente morria. Por que deveria ser assim inclusive agora?
— Estou tentando salvar minha bunda. Literalmente.
Quando murmurou essa palavra, Félix levantou os lábios e riu. Uma risada calorosa. Então, ele acabou acariciando seus cabelos ensopados até remover as gotas de água que escorriam por sua testa e orelhas. Dá a razão a ele. Deve ser uma coisa difícil ser companheiro de um Alfa e, pior ainda, estar enlaçado a ele… Embora ainda seja melhor fazê-lo pouco a pouco todos os dias do que acumular todo o seu desejo e liberá-lo a cada quatro dias. Em outras palavras, não é muito melhor para a saúde de todos?
— Posso perguntar uma coisa antes?
Félix olhou para cima, assim como Isaac.
— O que é?
— Então, quando você assinou o contrato… Por que você disse que eu poderia fazer o que quisesse com você? Por que me deixou fazer sexo com você? Não achou que eu poderia machucá-lo?
Quando ouviu a pergunta inesperada, Isaac olhou em seus olhos azuis escuros e pigarreou.
— Eu… Quatro anos atrás, meu ciclo de calor explodiu em um lugar e hora inesperados. Você me achou assim e me abraçou e… Bem, então você gritou comigo e eu fugi.
— É porque você quebrou meu braço.
Os olhos de Félix em Isaac eram bastante afiados. Ele nem consegue ver o fim de seu novo personagem ruim, porque o fim não aparece.
— Mas o importante é… Você se lembra do que aconteceu naquela época? Você me perguntou se eu queria fazer uma pausa e eu disse NÃO. “Não me deixe”, “‘Você pode fazer o que quiser comigo”.
Isaac murmurou como se estivesse sonhando acordado, lembrando-se de um passado que Félix não…
— Eu não lembro.
Félix, olhando para Isaac, tentou trazer à tona a memória que ele havia enterrado há muito tempo… Isaac não sabia se realmente não conseguia se lembrar, ou fingia não saber, então começou a rir.
— Quando foi o dia do contrato… Não sei por que, mas de repente veio à minha mente. Então eu disse isso, porque pensei que você iria se lembrar de mim ali mesmo e sem a necessidade de te explicar nada.
—…
— Claro, eu imediatamente percebi que tinha superestimado você.
Dessa vez, Isaac tinha um rosto complicado. Quando balançou a cabeça e fechou a boca, Félix olhou para ele de uma maneira realmente penetrante.
— Você está com raiva por eu não ter te reconhecido imediatamente?
Então, imediatamente depois, fez uma pergunta que fez Isaac apenas dar de ombros.
— Sim, eu queria que você fizesse isso por conta própria… Mas já não sei mais. Para dizer a verdade, não tenho certeza de como me sentir.
— Ha…
— Mas… É confortável, certo?
— O que é confortável?
— Que embora não me reconhecesse ainda se apaixonaria por mim.
Essas palavras o fizeram estremecer a ponto de se sentir uma geleia humana. Então, segurando o queixo de Isaac, ele balançou a cabeça um pouco e o beijou com força. Tinha gosto de água e loção para o banho. Seus lábios estavam molhados, como a ponta da língua que abre suavemente a boca e lambe a pele delicada dentro dos lábios. Também é um pouco cauteloso. Isaac apoia seu peito contra o dele, ajusta a cabeça nas mãos e fecha os olhos… É um beijo doce e terno em vez dos beijos selvagens e descuidados que sempre foram dados. E porque estavam encharcados em água que havia sido ajustada a uma temperatura quente, se soltaram livremente. Derretendo justo como mel no chocolate…
— Isaac…
Isaac continuou a beijá-lo, ignorando o som daquela voz que o chamava quando sentiu o vai e vem de corpo contra corpo… Com as pernas abertas, Félix envolveu os quadris de Isaac com as duas mãos. E o abraça.
— Ok então? Concordamos em não fazer isso todos os dias, e sim a cada quatro? — Quando Isaac caiu sobre ele e perguntou. Félix já estava muito focado em tomar o seu traseiro. — Dói… É sério.
Sua mão não saiu, mas pelo menos não fazia mais nada.
— Como vou fazer isso quando vejo você pondo a mesa em frente a mim para começar a comer?
Sua voz estava excitada, mas ainda ele era incrivelmente doce para ele. Isaac riu, levantou a mão molhada e acariciou suas bochechas.
— Porque é muito difícil para mim, então você só tem que me beijar, está bem?
Sussurrando calmamente, Isaac inclinou a cabeça até que seus lábios estivessem a centímetros dos dele… Então, em vez de uma resposta, Felix ficou mais gentil do que nunca. Ele chupou seus lábios docemente, sua língua estava fria e a saliva tinha um gosto bastante familiar… Os sons úmidos também estão escapando de seus lábios entrelaçados, junto com o som da água.
Como sempre, Isaac responde fervorosamente a um beijo que o derrete em um instante. Era uma longa noite que parece que nunca vai acabar.
***
A equipe da recepção abriu a porta com os olhos arregalados, e olhou fixamente para o homem que entrou…
Trabalhava em uma daquelas pré-escolas famosas por serem muito boas, mas extremamente caras, então conhecia muitos pais excêntricos. A maioria dos que chegaram lá eram ricos e com empregos consistentes: presidentes, professores, advogados, contadores, médicos. No entanto, ele poderia garantir que ninguém era como o homem que acabara de passar pela porta. Muito alto, ombros fortes, um loiro brilhante, nariz esculpido e um queixo fino sob os óculos escuros pretos. Uma figura proeminente, talvez ele fosse um ator de Hollywood ou algo assim… No entanto, ao contrário da aparência brilhante e bonita que tem, o outro homem atrás dele parece mais “intimidador”. Usava uma camisa polo amarela de manga curta e shorts cáqui. De fato, o homem que o acompanhava era até feio. O corpo, a altura, o rosto e os olhos ferozes que olham ao redor da sala são como fogo em uma floresta. É como um urso. Se o rapaz bonito não estivesse segurando uma criança nos braços primeiro, então definitivamente chamariam a polícia.
O menino, que tem cerca de três ou quatro anos, é filho daquele homem deslumbrante. Sabiam, definitivamente era familiar. O cabelo loiro brilhante e os traços marcantes em seu rosto o denunciaram. Quem realmente poderia ser tão tolo a ponto de não saber?
— Oh, bem vindo.
Por um momento, a equipe da recepção os olhou fascinados… Mas o loiro com o garoto se aproximou e abriu o discurso imediatamente:
— Eu sei que o registro terminou, mas liguei e me disseram que poderiam abrir uma exceção para mim.
— Oh, entendo. O nome do garoto é…?
— Benjamin Parker.
O rosto de Félix sempre se distorcia quando dizia esse nome. Ainda não havia terminado a papelada necessária, então o sobrenome de Benjamin permanece o mesmo de Jéssica Parker, sua avó. Ele sabe que leva tempo para que tudo seja organizado corretamente, mas às vezes não pode deixar de reclamar toda vez que pensa sobre isso. Isso ocorre porque ele tem o sobrenome do ex-parceiro da sogra, alguém que nem sequer tem um relacionamento de sangue com a criança ou com ninguém. Não o agrada, e pensa que precisa limpá-lo o mais rápido possível.
— Ah, sim. A diretora escreveu aqui. Não há problema, porque podemos começar a inscrição agora, para que Benjamin possa ficar hoje mesmo, se preferir. Começamos há um mês, mas tenho certeza que ele se adaptará logo.
— Perfeito.
— Olá Benjamin.
O funcionário, que ainda estava batendo no computador, sorriu com uma expressão claramente ensaiada e começou a acenar com as mãos para Benjamin.
— Benjamin, você não vai dizer olá?
—…
— Você está nervoso por estar em uma nova escola?
—…
— É normal. Então vamos entrar e ver o que podemos encontrar, tudo bem? Eu não sei, talvez possamos encontrar alguns novos amigos.
Sussurrando, a voz de Félix parece muito amorosa e compreensiva para ser verdadeira. A atmosfera perigosa que flui dele evapora e prova ser intensa o suficiente para que os olhos da equipe da recepção se abram três vezes o tamanho normal. Depois disso e ainda um pouco tonto, ele abriu a porta do corredor que levava à sala de aula das crianças.
— Está tudo bem se entrarmos? Podemos levá-lo em uma turnê.
— Hm.
— Os pais podem levá-los para a sala de aula, se quiserem, mas na verdade pedimos que os deixem aqui para que possam aliviar lentamente a tensão. Quase todas as nossas crianças choram a princípio, então…
— Você pode explicar mais tarde, primeiro precisamos ver a sala para garantir que está tudo bem.
Foi Jack, parado atrás de Félix, que interrompeu sua gentil explicação com uma palavra áspera. Ele ainda tem um ferimento a bala, por isso teve que carregar muletas em todos os lugares, mas, embora dissessem que era melhor ele descansar adequadamente, Jack apenas respondeu que estava bem e que não podia perder o primeiro dia de aula de Benjamin. É claro que Noah também estava implorando para verificar se o garoto estava bem, mas no final, só lhe ocorreu trancá-lo no porão. Além de que era um dia de pai e filho! Graças a isso, apenas Jack, que era o guarda-costas, estava mais do que feliz em cumprir essa missão especial. De qualquer maneira, Benjamin falou tanto sobre Noah que conseguiu deixá-lo louco. “Meu tio vem mais tarde? Podemos chamá-lo? Podemos levar isso para ele? Podemos trazer isso para ele? Noah, Noah, Noah, Noah.”
Então agora estava descontando, e gritando com o homem na recepção.
— Claro vá em frente.
Os funcionários, que ainda eram terrivelmente amigáveis, foram até Félix e imediatamente o levaram à sala de aula dizendo que era “a nova residência de Benjamin”. O próprio edifício era grande e espaçoso e as instalações eram excelentes. Quantas crianças existem na sala de aula? Havia muitos para contar, mas as paredes, os brinquedos, as decorações com papel colorido, as pinturas e as fotografias estavam perfeitamente arranjadas. Tudo muito limpo, livros e toalhas de mesa pequenas.
Félix, depois de olhar ao redor da sala, finalmente olha para Benjamin. O garoto não diz nada e fica parado com as bochechas apoiadas nos ombros do homem.
— Benjamin?
Quando ele chama em voz baixa, Benjamin apenas levanta os olhos.
— Eu vou te descer para que você possa olhar para o sua nova sala, tudo bem?
—…
— O que há de errado? Você não quer ver? Há muitas crianças lá. Você não quer ir e dizer olá?
Ele fez outra pergunta, mas Benjamin apenas manteve a bochecha contra o ombro e manteve a boca fechada.
— Benjamin…
Escutou que realmente gostava de estar no berçário de La Jolla, mas deve ser difícil se adaptar a um novo ambiente. Além disso, ele descansou em casa por mais de um mês, porque ia constantemente ao hospital infantil para tratamento psicológico… E, na realidade, com essas coisas nunca se tem certeza.
Félix esfregou a testa com uma expressão complexa e olhou para o garoto. Se soubesse que ficaria tão em branco, definitivamente teria dito a Isaac para vir também.
— Benjamin?
Félix ainda não escuta nenhuma resposta de Benjamin, que está com o rosto enterrado em suas roupas. Ele simplesmente se ajoelhou e então gentilmente levou às costas do garoto para descê-lo ao chão… Foi nesse momento que descobriu que estava cheio de lágrimas. Com um beicinho enorme em sua boca e o peito subindo e descendo.
— Podemos … Podemos ir para casa?
Continua…