Rosas e Champanhe - Capítulo - 05.2
O frio, que insistia em permanecer há muito tempo, diminuiu. Yiwon, que acordou no horário de sempre, saiu da cama sentindo-se mais leve que o normal devido ao clima mais quente. Hoje, ele planejava cuidar de um problema pessoal depois de muito tempo. A programação era simples: pegar um bonde até a última parada e encontrar a pessoa que mora naquele endereço.
Afinal, era a única pista que tinha.
Ele olhou para o bilhete em sua mão. Não queria criar grandes expectativas, mas não pôde deixar de sentir mais leve em um canto de seu coração.
— Estou indo.
Depois de se despedir de sua avó, que o acompanhou até a porta da frente, Yiwon se apressou. Andando pelas ruas da Rússia, que o frio ainda se fazia presente apesar da mudança de clima, ele pensou despreocupadamente: ‘Está quente hoje’, e logo sorriu amargamente.
Yiwon parecia muito acostumado com a Rússia. ‘Quando cheguei aqui, senti como se fosse congelar até a morte sem durar um único dia.’
‘Sete anos se passaram…’
Yiwon de repente se lembrou daquele dia e seus olhos se estreitaram.
“Yiwon-ah, você pode fazer isso por mim?”
Lembrou-se do rosto da mãe, que acariciava sua bochecha debilmente. Ele suspirou e recuperou seus sentidos. ‘Vamos , se anime. Você definitivamente vai encontrá-lo’. Yiwon, que levemente cerrou os punhos, andou apressadamente com passos firmes.
*
Yiwon chegou ao seu destino após andar por um longo tempo em um bonde instável durante toda a viagem. A periferia da cidade, onde as pessoas costumavam comprar pequenas hortaliças ou sementes para sua própria lavoura, era tranquila durante a semana, já que não havia muita gente por ali.
Ver um estrangeiro andando por uma rua tranquila interiorana era algo inevitavelmente notável. Yiwon, em particular, costumava chamar a atenção onde quer que fosse por algum motivo. Desta vez, uma vez mais, ele cumprimentou uma camponesa que estava olhando com um breve sorriso enquanto cultivava no campo.
Deixando-a para trás ainda o admirando após retornar a saudação de forma desajeitada, Yiwon se dirigiu às pressas para o endereço escrito na nota. Depois de caminhar sozinho por algum tempo por uma tranquila estrada rural, ele finalmente chegou ao seu destino.
Bateu levemente na porta, então a resposta veio um pouco mais tarde.
— Quem é?
Passos seguiram a voz fina e trêmula do homem mais velho. Enquanto esperava que ele saísse pela porta da frente, o coração de Yiwon começou a bater ligeiramente mais forte. Até o exato momento, ele não havia encontrado nada de concreto. Foi a primeira pista em sete anos. ‘Talvez, desta vez, eu consiga algo’.
A porta se abriu e o rosto enrugado de um ancião encarou Yiwon. O rapaz mostrou um sorriso brilhante e falou as palavras que tinha na ponta da língua, como de costume.
— Olá. Meu nome é Yiwon Jeong, sou advogado. — em seguida, pegou seu cartão de visita e o entregou ao homem que parecia relutante, e logo acrescentou: — Você é o Sr. Sievernich?
— Sim.
Ainda lançando um olhar desconfiado, Yiwon respondeu, ligeiramente nervoso.
— Estou aqui para te perguntar uma coisa. Talvez… você conheça uma mulher coreana que ficou nesta casa há cerca de 30 anos? Meu nome dela era Jeong Su-yeon, quero dizer, Su-yeon Jeong.
O idoso, que piscava sem expressão, pareceu subitamente surpreso após alguns segundos de silêncio. Com isso, o coração de Yiwon começou a bater forte.
Hmm.
Foi só tarde da noite que Yiwon voltou com passos lentos e fracos.
Era uma pista que ele tinha se esforçado muito para encontrar.
*
O homem se lembrou de sua mãe. Mas era isso. Uma verdadeira e maravilhosa senhora da Coreia. Foi difícil extrair muitas informações do homem. Ele só lembrava que ela foi embora de repente um dia. O idoso ficou triste por não poder ajudar Yiwon, que ficou visivelmente desapontado, e se ofereceu para descobrir sobre uma mulher da aldeia que era próxima da mãe de Yiwon na época. Claro, seria difícil para ele encontrar o rastro que ela havia deixado na aldeia há muito tempo, mas ele agarrou a mão de Yiwon, e prometeu fazer o possível.
‘É isso, uhh?’
Ele soltou um suspiro novamente. Também lhe custou muito esforço descobrir o endereço da casa do velho. Poucas pessoas se lembravam do que havia acontecido há cerca de 30 anos e, mesmo após encontrar algumas pistas, o paradeiro da pessoa ainda era desconhecido. De qualquer forma, por enquanto, ele não tinha escolha a não ser esperar um telefonema do homem.
E lá estava ele, de volta ao ponto inicial.
Ele encolheu os ombros, incapaz de esconder o desapontamento. As luzes do café estavam apagadas. A avó de Yiwon parecia ter ido para a cama cedo. Yiwon passou pela porta dos fundos e trocou seus sapatos empoeirados por chinelos, tomando cuidado para não acordá-la. ‘Não tenho energia para fazer mais nada hoje’.
‘Vou me lavar e ir para a cama’.
Ele subiu as escadas rangentes o mais silenciosamente que pôde. Yiwon, que só respirou depois de abrir a porta, quase arrombando a fechadura que ainda estava com problemas, respirou fundo e deu um passo à frente.
Havia algo abandonado no chão. O envelope, que aparentemente foi empurrado pela porta por alguém, não era muito suspeito. Rasgando o envelope, ele caminhou em direção a cama e se sentou. Em seguida, vasculhou o bolso com indiferença.
Ele precisava urgentemente de cigarros, mas infelizmente não havia nenhum. Havia fumado o maço inteiro no caminho de volta. Yiwon, que verificou o interior do envelope fino com um suspiro amargo, de repente franziu a testa.
… Isso é…?
Tudo o que estava dentro era um pequeno bilhete. Yiwon, que estava olhando inexpressivamente para o ingresso para a apresentação de balé no Teatro Bolshoi, olhou para o envelope fazendo careta. Por mais que procurasse respostas, havia apenas uma entrada. A apresentação seria o dia seguinte. ‘O que diabos é isso?’ Em seguida, encontrou um cartão fino junto ao envelope e logo se convenceu da situação.
‘Caesar’.
Verificando o mesmo cartão de visita que havia recebido mais cedo, lembrou-se que amanhã era o prazo que lhe dera. Vai me dar uma resposta neste lugar? O que você está planejando para vir até aqui e deixar esse ingresso?
Yiwon, que olhou para o bilhete novamente com uma expressão desconfiada. Colocou-o de volta no envelope e jogou sobre a mesa. Ele não queria assistir à apresentação, mas não havia razão para evitar o encontro com o homem. Quer Caesar diga sim ou não, ambos os lados tinham seus trunfos.
Espero que não desperdicemos o tempo um do outro.
Após tomar um breve banho, Yiwon foi para cama, deixando de lado o dia de trabalho duro.
Continua…