Rosas e Champanhe - Capítulo - 10.2
Desde o início da manhã, os ruídos agitados eram constantes. Yiwon, que de repente acordou com o som de passos, ficou intrigado com o cenário desconhecido que apareceu diante de sua vista, mas logo se lembrou. Esta não era a pensão de um antigo complexo de apartamentos. Na sala espaçosa e luxuosa digna de uma grande mansão, sentou-se com uma sensação ainda desconhecida.
O interior da sala, cheia de móveis antigos, era vintage e excessivamente luxuosa. As cerâmicas espalhadas pelo cômodo pareciam ter vários séculos de idade, e as pinturas a óleo nas paredes também eram assinadas por artistas de quem ele já tinha ouvido falar em algum lugar. Yiwon não estava particularmente interessado em tudo isso, mas a cama era uma exceção. O colchão, os lençóis e até o edredom grosso eram indescritivelmente macios e confortáveis, como se estivesse deitado em uma nuvem.
Agora eu entendi por que os ricos comem na cama.
Yiwon se levantou depois de muita relutância. Voltarei em breve… vai ser difícil me esquecer de uma cama assim. Pensando sobre, olhou para a cama com pesar.
Passos foram ouvidos novamente. Ao se dirigir pela janela, viu um sedã familiar. Caesar parecia estar prestes a ir para o trabalho. Yiwon, que olhava para os homens de terno preto se movendo rapidamente, pensou em algo.
*
A neve ocasional caia sobre a janela do sedã preto, as deixando embaçadas. O céu estava nublado, parecia que ia nevar muito mais nos próximos dias. Caesar olhou para o céu e se moveu sem hesitação. Os homens de terno preto em duas fileiras curvaram a cabeça para ele imediatamente.
Caesar caminhou em direção ao carro, inexpressivo como sempre. Alguns flocos de neve voaram sobre seu grosso e rico casaco de pele, que gradualmente mudou do preto ao branco devido à neve.
O homem, que estava ao lado do carro, abriu a porta traseira. Caesar, então, baixou a cabeça e entrou no veículo.
Depois que Caesar se acomodou no carro, o motorista se dirigiu ao seu posto. Mas antes de ligar o motor, a porta do carro, que estava bem fechada, se abriu. Quando Caesar virou a cabeça, pôde observar Yiwon, que rapidamente entrou, fechando a porta e disse:
— Deixe-me no caminho.
Caesar franziu a testa e olhou para ele, como se questionasse o que ele estava fazendo. Yiwon abriu a boca diante do olhar desconfiado e complementando em tom indiferente.
— Eu não vou embora até terminar o trabalho. Só vou sair para comprar um livro.
Caesar, que estava em silêncio, de repente falou, apressadamente.
— O que está esperando? Vamos.
Caesar virou a cabeça e olhou através do espelho. O motorista, que estava observando toda a cena, nervoso, ligou o carro imediatamente. Atrás do carro que corria suavemente, os carros com os membros da gangue se alinhavam.
O carro saiu da mansão e entrou na estrada enquanto a neve aumentava gradativamente. Yiwon, que olhava pela janela, se pronunciou assim que o sedã estava prestes a se dirigir para a multidão de carros que passavam pela estrada.
— Eu vou ficar aqui.
Yiwon alertou antes de entrar no congestionamento. Caesar perguntou quando o motorista parou e olhou pelo espelho.
— Onde você está indo? Eu te levo.
— Eu disse que ia à livraria. Tudo bem, vou pegar o trem a partir daqui. Você poderia parar por um momento? Vou descer aqui.
Caesar não disse nada diante do pedido que Yiwon fez diretamente ao homem que conduzia o carro. Quando o homem não teve escolha a não ser estacionar o carro, Yiwon fechou a gola do casaco e saiu.
Ele viu alguns carros alinhados atrás do sedã parado. Estava prestes a desviar o olhar e ir para a estação de trem, mas de repente sentiu uma presença estranha. Yiwon olhou para trás e ficou extasiado.
Seguindo-o, Caesar saiu do carro e olhou diretamente para ele. A porta do carro que parou junto a eles se abriu e homens correram até ele. Logo percebeu-se que as pessoas comuns que caminhavam tranquilamente na neve começaram a correr, gritando e fugindo. Yiwon piscou, envergonhado, e olhou para Caesar.
O que ele pensa em fazer por aqui?
Enquanto olhava para ele perplexo, Caesar estendeu o que estava em sua mão. Era um *valpeak.
{Chapéu de inverno russo.}
— Andar na rua sem chapéu é perigoso.
Caesar falou com uma voz calma e colocou o Valpeak na cabeça de Yiwon. Claro, Yiwon também estava bem ciente do frio severo do Norte, onde ele não seria capaz de sobreviver sem um Valpeak e seu casaco de pele. No entanto, não pôde usar o Valpeak porque estava usando um capacete enquanto pilotava sua scooter – embora a scooter agora esteja inoperante.
Caesar ajustou o Valpeak em Yiwon e o encarou em silêncio. Yiwon percebeu o poder do pêlo natural, era macio e quente o suficiente para admirá-lo. O Valpeak de Caesar era suave e leve, incomparável ao seu, e envolvia seus cabelos molhados pela neve calorosamente. Estava apenas usando um chapéu, mas sentiu que o frio havia diminuído. Yiwon disse sem hesitar.
— Obrigado. Te devolvo quando eu chegar em casa.
De qualquer forma, Caesar estará em seu carro, então ele vai ficar bem. Com isso em mente, Yiwon agradeceu e Caesar sorriu levemente. De repente, Yiwon percebeu que a neve que estava caindo em seu ombro havia engrossado consideravelmente. Mesmo com um casaco de pele, era difícil suportar os ventos fortes do Norte. No entanto, Caesar voluntariamente colocou seu chapéu em Yiwon. Yiwon sentiu uma sensação estranha e olhou para o homem que havia cedido do Valpeak.
Caesar levantou a mão. Seus dedos de juntas longas roçaram suavemente as sobrancelhas de Yiwon. Gotas de água da neve que se formaram ao entrar em contato com o corpo de Yiwon deslizaram peloz dedos de Caesar. Yiwon, que estava olhando para ele por um longo tempo, decidiu se despedir. Quando eu for, Caesar entrará no carro. Yiwon decidiu abrir a boca, mas Caesar falou primeiro.
— Onde é a estação?
Yiwon respondeu em voz calma, sem pensar muito.
— Está bem ali. Vou indo…
Depois de uma saudação breve, Yiwon seguiu em frente. De repente, ele ouviu passos atrás dele. Mas, sem pensar muito, o advogado continuou em direção à estação de metrô.
Não demorou muito para que ele tivesse a impressão de que algo estava estranho. O som dos passos masculinos marchando como no exército continuavam o assombrando.
Espero que não.
Embora tivesse um mau pressentimento, ele não queria olhar para trás. Achou que era apenas uma ilusão. Mas o som de passos o seguindo era muito claro. Ele não estava errado. Yiwon hesitou e, finalmente, olhou para trás. Lá estava ele. Caesar o seguiu e dezenas de homens em vestes pretas os acompanharam.
No mesmo instante que chegou junto à estação, Yiwon parou de andar. Caesar e seus homens também pararam.
— Por que você está me seguindo?
Ao contrário do olhar de Yiwon que tinha uma carranca na testa, Caesar disse com um sorriso.
— Quero ir com você.
Yiwon não disse nada. Ele simplesmente olhou para o homem com uma expressão confusa. As pessoas que esperavam o trem ficaram contemplativas e ele pôde sentir o olhar delas sobre o grupo. Queria uma resposta melhor sobre o que eles estavam fazendo, mas não queria fazer uma cena na rua. Se o homem estivesse disposto a ouvi-lo, não estaria o seguindo tão livremente em primeiro lugar.
Eu sou um idiota por me sentir comovido por algo como um Valpeak.
Yiwon se virou com uma cara de raiva e entrou no trem que acabara de chegar. Caesar fez o mesmo, seguido pelos homens de terno preto. Depois do horário de pico o trem, normalmente tranquilo, estava cheio de homens corpulentos. Yiwon lutou para engolir as lamúrias que estavam o corroendo por dentro.
Mas isso foi apenas o início de toda sua agonia. Quando Yiwon se posicionou de pé em um lugar, Caesar o seguiu, ficando ao lado dele e os homens imediatamente o rodearam. Ao mesmo tempo, os membros da organização olhavam para os passageiros sentados em seus assentos de maneira aterrorizante. Depois disso, as pessoas que estavam falando ao telefone ou conversando umas com as outras de maneira confortável começaram a se calar uma a uma.
O jovem que estava ouvindo música alta no ambiente hesitou e desligou seu aparelho. Logo, o interior do trem ficou tão silencioso quanto uma tumba. Tudo o que se ouvia era o barulho do trem. Foi quando Yiwon franziu ainda mais a testa.
— Esse assento está vazio, Czar.
Com o chamado de um dos homens, Caesar virou a cabeça. Ao mesmo tempo, os homens de repente se separaram como o Mar Vermelho, abrindo-se diante dos olhos de Caesar. O dono do assento, que havia movido involuntariamente as nádegas, foi pego em uma situação inesperada e forçado a se levantar de repente. Caesar virou a cabeça quando o cara de meia-idade começou a chorar e desapareceu atrás dos homens.
— Sente-se.
Embora agisse de maneira impecável, Yiwon já conhecia sua verdadeira identidade. Não, na verdade todos no trem conheciam. Por mais agradável que fosse, o grupo de homens ao seu redor fazia questão de deixar claro sua verdadeira identidade. Yiwon respondeu com uma voz calma.
— Obrigado, eu estou bem.
Recusou, logo se arrependeu mas ja era tarde demais. Nesse momento, o trem balançou e tremeu descontroladamente, Yiwon vacilou, e Caesar o segurou. Ao mesmo tempo, quando o rosto de Yiwon colidiu com o ombro de Caesar, Caesar inadvertidamente deu um passo para trás. Os membros da organização correram gritando por toda parte.
— Czar!
— Czar, você está bem?
— Bastardo, não pode conduzir em linha reta?!
O interior do trem rapidamente se tornou uma bagunça. Contemplado pelo som de um dos membros da gangue que gritava e chutava freneticamente a porta, o condutor finalmente começou a gritar de dentro: “Perdão, perdão!”. Pessoas em todos os lugares correram para a porta gritando, e quando o trem chegou à estação um pouco mais tarde do que o previsto, todas as pessoas dentro fugiram ao som de gritos, deixando apenas o grupo de Caesar, incluindo Yiwon, que mergulhou em pensamentos.
— Ei, que diabos…!
Yiwon, que virou a cabeça na direção dos gritos sem fôlego, pode ver a imagem do condutor, que correu para fora tentando fugir. Infelizmente ele não conseguiu e, em seguida, foi agarrado por um membro da gangue e arrastado de volta para dentro.
— Então…
Yiwon virou a cabeça com a voz repentina. Caesar estava olhando para ele com um sorriso que não era nada diferente do habitual.
— Em qual estação devemos descer para chegar a essa livraria?
Sem dizer uma palavra, Yiwon sufocou com força um gemido de indignação que, por pouco, não escapou de sua garganta.
°
Continua…